Fiz esta entrevista com Roberto Pantoja porque ele é um empreendedor no mundo digital e esta atividade lhe dá mais liberdade para viajar pelo mundo afora. Dentre o que já fez e ainda faz, aqui algumas de suas várias ocupações: empresário, escritor, coach, investidor anjo, e claro, viajante.

Lendo a divertida entrevista você vai aprender diversas formas de economizar em países que talvez esteja planejando viajar em breve. E se não quer terminar a viagem tão cedo, Roberto lhe entrega dicas valiosas para ganhar dinheiro online ou mesmo alavancar suas vendas através da internet. Aproveite para aprender muito de quem já faz acontecer há muito tempo. 

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pantoja
Hotel W em Barceloneta, Barcelona

Roberto, obrigado pelo seu tempo em ceder esta entrevista! 

Meu objetivo é ajudar pessoas a viajarem mais. Como? Através da partilha de histórias reais e estratégias sobre como economizar e ganhar na estrada.

No momento estou na Europa e como sei que você já viajou bastante por essas bandas, gostaria de perguntar a respeito de dicas sobre como economizar nesses países que estão no topo da lista com custo de vida mais elevado. Quais países você visitou e quais dicas poderia transmitir?

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Visitei Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França, Espanha, Itália, Alemanha e Portugal (não me recordo agora de outros países, kkk).

Comida: sempre no supermercado, você pode comprar de acordo com a região, por exemplo, na Itália se compra massa de excelente qualidade por um preço muito baixo, então você pode comprar massa (para fazer em casa ou até mesmo comprar uma pizza pronta) e molho de tomate. Na França a baguete e o queijo são super baratos, e uma excelente refeição. Nestes dois países, como estes alimentos são populares, eles são obrigados por lei a ter todos os nutriente necessários, ou seja, são alimentos saudáveis. Existem também algumas comidas enlatadas que custam muito barato, mas eu preferia comprar uma salada (vem prontas em sacos) e filet de carne de porco (carne magra, saudável e barata). Tente ao máximo não comer fora de “casa”, faça suas refeições no albergue ou na casa que estiver hospedado. Apesar de que alguns países como Portugal, são tão baratos que seria um desperdício não comer em um restaurante (bacalhau a lagareiro, hummm).

Viagem: sempre escolhi viajar de trem à noite (no sul da Europa os trens baratos costumam ser horríveis, no norte, costumam ser espetaculares), porque dormia no vagão e economizava na hospedagem, mas hoje as passagens de avião (vueling, ryanair e etc) são tão baratas que provavelmente nem compense mais, basta fazer o cálculo. Obs: Tirando Portugal, os serviços e infraestrutura costuma piorar indo do norte para o sul da Europa.

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Hospedagem: você pode ficar nos albergues, que costumam ser muito baratos, mas em algumas regiões da Europa são muito ruins (França) e em outras são sensacionais (Portugal - os melhores do mundo). Vale lembrar que albergues são como hóteis, existem bons e ruins, por isso entre no site (HostelWorld), veja a classificação e preço, alguns são um pouco mais caros, mas ficam bem localizados, têm refeições inclusas e outras facilidades que compensam no final. Albergues distantes vão te trazer uma grande dor de cabeça no final e um custo superior ao que você esperava. Um detalhe importante é não pegar albergues que sejam “curfew”, ou seja, albergues que não deixam você entrar da meia noite as seis da manhã, digo isso porque já dormi na rua em Amsterdan (TRUE STORY). Na Espanha e em outras cidades, as vezes vale a pena ficar nas hosterias, que são hóteis de duas estrelas, valem a pena, principalmente se você está com mais alguém (fica mais barato que albergue, mas é menos legal :/). E claro, recomendo sempre procurar algum conhecido para ficar hospedado na casa dele ou pedir alguma indicação de hospedagem. Você sempre tem um parente, amigo ou amigo do amigo que mudou para a cidade que você deseja ir, ali ele pode te hospedar por um décimo do preço, te indicar quartos de amigos ou hospedagens ultra baratas, em Roma fiquei meses em um seminário e pagava 250 euros por mês, uma mixaria.

E quanto a outros países fora da Europa?

Visitei EUA, Chile, Uruguai, Argentina, Cánada, Austrália, Thailândia e Dubai (não me recordo agora de outros países, kkk).

EUA, hoje já existem muitos albergues excelentes, em Miami tem o Miami Internacional Hostel, considerado o melhor do mundo duas vezes, além de ser sensacional fica perto da praia, oferece três refeições diárias e “gratuitas”. Em NYC vale muito a pena ficar no HI - Internacional Hostel, que é do tamanho de um quarteirão da cidade, ou seja, enorme, com direito a várias comodidades e por um preço ridiculamente barato para uma cidade como a Big Apple. A hospedagem pode seguir a mesma lógica da Europa, procure conhecidos e com eles terá esquemas baratos, e em várias cidades, como Orlando, os hóteis são super baratos, então compensa… Viajar é sempre de avião, pois tem empresas com excelentes preços, como a Southwest Airlines e tantas outras, que não aparecem em sites famosos, só vendem passagens pelo próprio site e usam aeroportos pequenos e distantes que só são conhecidos pelos americanos. Vale muito a pena viajar de pacote (avião e hotel), já viajei super barato assim, sai de San Diego por dez dias para Las Vegas de avião com um hotel cinco estrelas (Tropicana) incluso por 250 dólares. E para vários lugares compensa alugar um carro, acredito que viagens até cinco, seis horas, porque é muito barato alugar carro nos EUA. Também já viajei de ônibus, foi bom e barato, e já perdi meu tempo utilizando o trem, que é excelente, de primeiro mundo, porém demora muito e é relativamente caro. Quanto a comida, sempre no supermercado, comer nos EUA é ridiculamente barato, se comer na rua, evite fast food, você pode perfeitamente comer num restaurante local pagando muito pouco e tem comidas maravilhosas a preços excelentes (mexicana, asiática, buffet all you can eat e etc).

Chile, têm albergues maravilhosos, dentres os melhores do mundo, a hospedagem não é barata (albergue é a melhor opção, hóteis caros), por isso recomendo utilizar a dica dos amigos (ou fazer amigos usando o Facebook e internet - couchsourfing por exemplo). Quanto a comida, recomendo supermercado e fazer sua comida, pois comer fora é meio caro (tipo Brasil). Viajar de trem e ônibus são a melhor opção, e se for muito distante, vá de avião.

Uruguai, de todas as cidades que conheci, só recomendo Punta del Este, que fui cinco vezes, é literalmente o paraíso na Terra, mas somente no verão (janeiro e fevereiro). Fique em um albergue ou alugue um apartamento com imobiliárias locais (site Apuntavamos), não alugue em sites tradicionais, é a solução mais barata para viajar se estiver com vários amigos. Comer na rua é barato, e também têm excelentes frutas e comidas nos supermercados. Como têm muitas baladas, faça como em São Paulo, NYC, Florianopólis e tantas outras cidades, vá nas boates que não são da moda (são caras), vá nas boates dos locais, vão ter menos turistas (normalmente pessoas mais bonitas), será um quinto do preço e você vai se divertir bem mais!

Argentina, é um país maravilhoso, que recomento tudo que conheço (Buenos Aires, Bariloche e Mendoza). Antigamente a comida era muito barata, hoje não é a mesma coisa (Kirchner), então vá ao supermercado, coma em restaurantes locais que não sejam populares, pois oferecem também uma comida excelente. A comida argentina é sensacional, e o melhor do país são a carne, sorvete e dulce de leche! Viajar custa caro (avião e alugar carro), por isso prefira utilizar ônibus, mas para lugares muito longes pague mais caro e vá de avião.

Canadá é extremamente parecido com os EUA (talvez ainda mais barato), siga as mesmas dicas.

Austrália também é muito parecida com os EUA, a diferença que a hospegem costuma ser mais cara (como algumas cidades americanas, como LA, NYC e San Francisco), então arrume um apé para dividir (classificados e murais de escolas de estrangeiros), como eu fiz, dormia num quarto com três pesssoas (é a vida). O resto é bem barato (comida), a única coisa cara mesmo é o cigarro e a bebida, pelo mesmo motivo, alto imposto para evitar problemas de saúde e violência. O transporte público é increditável, como na Alemanha, mas custa tão caro quanto Paris e NYC, por isso compre o bilhete mensal.

Dubai, o que custa caro é a hospedagem, mas sem drama, com hóteis melhores e mais baratos que a Europa, porém, um pouco mais caros que nos EUA. A diferença que não achei um abergue, algo que já deve ter mudado, quando fui a primeira vez para Miami, tinha apenas um albergue, hoje são dezenas ou centenas, eles vem se popularizando mundo a fora, e como disse, são excelentes opções. Como em Dubai é preciso informar onde você vai ficar, você tem se arrumar antes de ir, ou seja, arrumar a casa de um amigo ou conhecido antes de viajar (dica dada anteriormente). Dubai é uma cidade gigantesca, e pela proporção, o táxi é muito barato. O transporte público existe e é ótimo, mas assim como as grandes cidades americanas, foi construída para carros (LA, Miami e etc), então, demora muito para se locomover, porque as cidades são ENORMES! Então, prefira o táxi ou alugue um carro, ou senta no ônibus ou metrô e chora (espere horas). A comida é excelente e barata (parece EUA), e você também pode ir em supermercados. A balada é sensacional, e como em grande parte dos países desenvolvidos, costuma ser de graça ou barata, e claro, têm os mesmos problemas de todas ao redor do planeta Terra, a bebida sempre custa caro, como lá só se pode beber em locais para isso, faça um esquenta em bares mais baratos (faça o mesmo nos EUA).

Tailândia, é um país muito barato, em todos os sentidos, tudo é barato, é tão barato que você deve tomar cuidado para não gastar muito, porque vai querer comprar e comer de tudo, kkk. Vale muito a pena ficar num excelente hotel, pelo simples fato que é barato. Comer na rua é a grande sacada, comida MARAVILHOSA e hiper barata. Os restaurantes, cafés, franquias japonesas e etc… têm pratos deliciosos e custam muito barato, também são imperdíveis. A Tailândia oferece o melhor turismo culinário do mundo (dizem que o Japão também, mas não conheço). O país é lindo, com riquezas naturais como eu nunca vi na vida, realmente diferente. Não tem violência, mesmo a desigualdade social sendo enorme e por isso você vê coisas absurdas, lugares mais ricos que Luxemburgo ou NYC ao lado de lugares mais pobres do que São Paulo, é um contraste enorme, mas com um povo super feliz e gentil. Você vai entrar no prédio mais moderno que você já viu na sua vida e pode sair e encontrar um mendigo em um elefante na rua(vi duas vezes). Só tome cuidado com os taxistas e tuk tuk, pois sempre vão tentar fazer você pagar mais caro pela corrida (picaretas, mas sempre com um sorriso no rosto, kkk), são a única coisa negativa do país. Prefira viajar sempre de avião, as viagens de barco demoram uma eternidade… zzz

tailandia

Você também treina pessoas na área de negócios. Decidiu embarcar nesta área por conta da possibilidade de viajar mais?

Não, comecei por acaso, por um motivação interna, uma vontade de fazer diferente, de inovar, de revolucionar. Apesar de que ganho dinheiro na internet desde 2006, sempre viajei com o dinheiro que ganhei localmente, na minha cidade, vendendo produtos e serviços (eventos e consultoria empresarial). Sempre usei do dinheiro da internet para iniciar novos negócios na minha cidade, mas ainda vou colocar em prática meu plano de viver no exterior exclusivamente com dinheiro online, afinal, dependendo do país que você irá viver, será muito rico (qualidade de vida) vendendo infoprodutos aqui no Brasil.

Você também já escreveu livros e cursos digitais. Por que? Poderia contar um pouco como foi o processo?

Comecei a empreender naturalmente, sem qualquer influência familiar (meus pais não são empresários), uma veia artista posso dizer, porque a arte é uma inovação e empreender é criar, comecei com sites e depois nunca mais parei.

Entrei no ramo de produtos digitais em 2006, vendia infoprodutos no ClickBank para  a América Latina (produtos em espanhol) como afiliado, usava a fórmula simples de marketing online (squeeze page, landing page, mailling e venda) para receber meus cheques em dólar toda semana, porém, depois de um tempo o clique do Adwords (o melhor na época) ficou caro demais para um afiliado, então resolvi criar meu primeiro produto, pois podia ganhar dinheiro mesmo com um CPC caro. Depois, o Google começou a banir contas do Adwords de quem tinha uma campanha “pobre”, premissa que sempre achei duvidosa, já que anunciantes milionários faziam a mesma coisa e nunca foram banidos. Nesta época comecei a utilizar de outras ferramentas para expandir meu negócio, como anúncios de jornal, artigos em sites, outras redes de anúncio, fan pages no Facebook, SEO em geral e etc.  O tempo passou e de lá pra cá já criei sete cursos online, hoje faço cursos em video em sua maioria e Google passou a ser cada dia menos importante no meu negócio, e hoje uso quase 100% o Facebook, canal que recomendo a todos.

Sabemos que livros e cursos digitais podem ser uma boa fonte de renda passiva. Poderia compartilhar qual a porcentagem da sua renda mensal eles representam?

Tudo que tenho comprei com a internet e ainda usei esta renda para iniciar negócios no mundo real, então, hoje, meus cursos representam quase 70% da minha renda. E mesmo os meus negócios reais eu utilizo a internet 24 horas para alavancá-los, inclusive as mesmas técnicas de infoprodutos para vender mais.

Muitos dos leitores deste blog são ou querem ser empreendedores, principalmente no ambiente digital para facilitar a mobilidade - isso pode ajudar muito caso queiram viajar mais. Quais suas principais dicas para que já tem um negócio ou está pensando em começar? 

Primeira coisa, invista no seu talento, naquela habilidade que você domina. As pessoas acham que podem ser empresários de qualquer coisa, mais isso é um enorme erro, cada tipo de negócio é como se fosse uma diferente profissão. Então, me assusta quando um médico quer abrir uma padaria, não faz sentido! Se é médico, abra uma empresa na área de saúde, se é publicitário, na área de comunicação, se é cantor, na área musical e assim por diante. Claro que não precisa necessariamente abrir algo naquilo que você se formou, pois as vezes o sujeito é excelente programador e é formado em geografia, então recomendo fazer algo na área de tecnologia. Volto a dizer, na área que você domina. E se você não tá nem aí para o meu conselho e é uma pessoa teimosa, tudo bem, mas estude a fundo aquele segmento, uma boa dica é procurar informação no exterior em inglês, porque nos países desenvolvidos eles estão há anos ou décadas na nossa frente, em 90% dos casos, logo, é inteligente ver o que já foi feito por lá e estudar tudo que puder destas empresas estrangeiras, que podem te trazer muita sabedoria (sábio é aquele que aprende com o erro dos outros). Deste forma você sempre estará um passo a frente da concorrência e ainda consegue inovar (no serviço).

Outros pontos importantes, sempre recomendo que você desenvolva estas três habilidades para empreender, que são: planejamento, relacionamento e proatividade, são pontos chaves para se ter sucesso. Algumas habilidade básicas e fundamentais hoje são: ter noção de webdesigner (sua presença online é necessária), liderança (saber potencializar o talento das pessoas que trabalham com você) e marketing (online principalmente).

Gostaria de deixar uma mensagem aos leitores?

Sim, que as pessoas pratiquem o bem, ou seja, elogiar e motivar os outros, aprendam a não criticar ninguém, e se isso for extremamente necessário que venha acompanhado com uma solução para aquele problema, se não, fique calado. Também façam trabalho voluntário, seja doando dinheiro, seja seu tempo, motivando crianças carentes, dando palestras e etc. E a última coisa, fujam ou ignorem pessoas negativas e valorize as pessoas que te motivam. É isso, obrigado pelo espaço e grande abraço! Recomendo que conheçam meus livros e curso onlines, vários gratuitos, e sigam meu trabalho, tudo no site: http://www.seucoach.com

Muito obrigado pela oportunidade Dan, sucesso se faz em conjunto, abraço!

Mais uma vez muito obrigado pela entrevista Roberto. 
Um abraço!

Qual o próximo destino?
Qual o seu próximo destino?

E você? O que achou? Gostaria de se aventurar mais livremente pelo mundo? O que falta para encarar o novo e novos desafios? 

Gostou da entrevista? Deixe seu comentário!