Dia 6 de Abril de 2014 foi quando sai da Tailândia depois 10 meses e 5 dias na Tailândia (com dois breves intervalos de alguns dias em Laos). Antes estava em Hong Kong por 2 meses e agora estou novamente. Por lá morei quase 2 meses em Bangkok, quase 4 meses em Chiang Mai e um pouco mais de 4 meses em Pai, uma pequena cidade na província Mae Hong Son. É até engraçado brincar com os nomes Pai, Mae e Son.

Nos 4 meses que passei em Pai, conheci muita gente boa, divertida e inteligente. Alguns se tornaram amigos que vou levar para toda a vida e só de lembrar dá vontade de voltar. Mas a realidade é que lá tive um conforto incrível, e por esse mesmo motivo resolvi ir embora. Vida nômade pra mim nada mas é que viver o novo (nômade, novo, sacou?).

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Uma das pessoas que conheci foi o Jason, veja nesta história como ele relata que é possível viver com US$8 por dia (em média R$17, menos que um salário mínimo brasileiro por mês). Agora no Nepal, consegue viver com US$6. Bem, vou ser sincero, não consegui viver com tão pouco mesmo morando na mesma cidade que ele - mas quase!

OBS.: No link acima tem um vídeo de Gypsy jazz e eu estou tocando cajon. Pois é, o pelo tava grande.

Vamos então aos custos de vida na Tailândia, em média e minha experiência em geral.

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Aluguel mensal da casa: R$417
Através de um amigo francês que falava muito bem o português, encontramos uma casa simplesmente fantástica. Era em um terreno gigante, tinha um pequeno lago na frente e outro do lado, cheia de árvores, bambus e até uma horta aberta pra plantar e colher. Dois andares (todavia apenas um era útil), 3 banheiros (um virou meu estúdio para praticar cajon e saxofone) e uma varanda muito prazerosa que compartilhávamos sempre com nossos amigos convidados. A casa tinha 3 camas coloniais com colchões novos e ultra confortáveis. Geladeira, TV (que colocamos no chão virada pra parede no canto da casa) e alguns outros móveis simples, como duas mesas, cadeiras, cabideiro e espelho. Tivemos que comprar uma mangueira, liquidificador (para as vitaminas monstras), pratos, copos, talheres e uma panela elétrica. Não custou mais que US$70. Detalhe: O aluguel da casa incluía eletricidade e internet (que por sinal era surpreendentemente veloz). Compartilhamos a casa com diversas pessoas. No final do ano chegamos a ter 8 membros mas pela maior parte dos quase 5 meses, éramos 4. Faça as contas e veja quanto ficava para cada um por mês! Dividir a casa por de ser uma experiência muito divertida, acredite. Conhece o Couchsurfing?

Meu niver na casa
Meu niver na casa

Alimentação (comida e bebida) individual mensal: R$417
Isso varia bastante. Depende muito do que você come. No nosso caso tínhamos a possibilidade de cozinhar em casa, mas as vezes era até mais barato comer na rua. Facilmente você pode comer um prato de arroz com vegetais por R$2 (30 baht). Garrafa de 1 litro de água chega a custar 5 baht (35 centavos) em lojas de conveniência locais (exceto 7-eleven que é mais caro).

Outros custos: R$300
Morando nessa casa, 4 km do centro de Pai, exigia o uso de transporte, e como não há ônibus público, era necessário alugar uma moto (Honda 125 por exemplo) por R$104 ao mês. Isso mesmo! Esse foi um preço especial que se quiser o mesmo precisa negociar (pechinchar), mas foi o que paguei. Outros custos são: gasolina, entrada para as termas minerais (hot springs, tipo Caldas Novas), massagem tailandesa (claro!) e artigos de higiene pessoal.

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Em grande parte dos cafés, restaurantes e guesthouses (pousadas) da cidade você consegue acesso a internet decente e ainda pode se desfrutar de comida geralmente fenomenal. Afinal, a culinária da Tailândia é galaxiamente conhecida em ser deliciosa.

Então é bem possível viver com menos de um salário mínimo do Brasil, muito menos ainda que o de Portugal. Como o Jason escreveu, se o seu orçamento é um pouco maior, digamos US$25 por dia, você vive como realeza.

Mais qualidade de vida, mais qualidade de serviço

Não sou o único brasileiro nômade digital que faz proveito da diferença cambial entre países para ter uma qualidade de vida melhor. Marcus Lucas é outro.

Mas não é só em relação a qualidade de vida, se você tem uma mente de empreendedor sabe que qualquer recurso pode gerar mais recurso. Ou seja, economizando comigo mesmo, tenho mais para investir nas pessoas que trabalham comigo e também na infra-estrutura. Por exemplo, se consigo economizar que seja R$300 por mês em acomodação, posso investir no aumento do valor pago por um artigo publicado em um de nosso sites, aumentando assim a qualidade tanto do texto como principalmente da vida do escritor. É assim que penso.

Sacrifício

Muita gente diz que precisa de investimento para iniciar um negócio. A verdade é que em mais de 7 anos atuando na internet ainda não recebi nenhum investimento externo de capital de risco. Acredito que um dos motivos que possibilitou chegar até aqui sem quebrar, foi o estilo de vida simples que adotei mas que ao mesmo tempo não me privou de visitar mais de 30 países até o momento (e espero todos até morrer).

Acredito que é necessário sacrificar o conforto para se chegar onde quer e vencer diversos medos. Um vídeo motivacional que vale a pena ver:

Como você pode ler na lateral deste blog, um dos meus objetivos é lhe inspirar e motivar a ver o globo fora da caixa, por isso voltei a escrever. Quero muito lhe ajudar.

Deixe seu comentário! Compartilhe com amigos! E se caso decida visitar a Tailândia por influência deste artigo, gostaria muito de saber.

Um abraço do Dan.
Ame sua missão...

Agradecimentos ao amigo Luiz Miranda pela colaboração e correção em algumas partes deste artigo.